segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Revelações

Eu faço caminhos oblíquos; às vezes os mais difíceis.
Pego atalhos que prolongam o caminho.
Fico tentando encontrar as palavras certas, que nunca acho.
Tenho descoberto a diferença entre solitude e solidão. O que as distingue é um sutil estado interno de contemplação de si mesmo, realçado pelo prazer de resguardar a própria privacidade, sem que estar só signifique o terror de não ter companhia, porque sempre temos a nós mesmos.
Sinto ternura por tudo que é frágil, parafraseando Rubem Alves. E, sim!, eu sou toda ternura. Algumas vezes eu também sou frágil, de modo que a ternura nasce da identificação.
Eu corro o risco de ser piegas e não me importo com isso. Porque na paleta que uso pra combinar minhas tintas precisa haver aquelas que me inspiram.
Venho buscando ampliar meus horizontes afetivos. O que me apavora. Mas me desperta um interesse diretamente proporcional ao meu medo. Para olhar o horizonte eu costumava usar binóculos, lunetas e outros instrumentos ópticos, mas agora me esforço para os abandonar e tento ver com meus próprios olhos aquilo que surge diante de mim.
Eu me lembro sempre que o tamanho da defesa é proporcional ao tamanho da dor. E que a defesa e as construções mentais nos impedem de viver o momento vivo. E depois, não há mais como ressuscitar.


E eu sei que o que parece palavra solta guarda um sentido íntimo. É só atentar ao que ela revela.