quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Sobre a fartura e a fome


Quero ler todos os livros,
Abraçar todos os amigos;
Ir a todos os lugares e viajar por todos os países.
Quero provar todos os pratos,
Beber todos os vinhos;
Aproveitar todos os sabores.
Quero o maior amor do mundo
E o sentimento mais profundo.
Quero brincar de pirata e
Encontrar o maior tesouro.
Quero ouvir todas as músicas belas
Ou não belas,
Mas que toquem o coração!
Quero contemplar o pôr do sol
Com todos os sentidos vigis
Para não perder nenhum detalhe!
E ter a consciência de que ele, o sol,
Voltará amanhã para trazer boas novas!
Quero os dias ensolarados
E também os mais coloridos.
E mesmo nos de frio, quero estar alerta e atenta
Para perceber todas as nuances e texturas e
A força da temperatura na pele!
Quero todos os sorrisos sinceros
E sorrir para todos aqueles que me fazem feliz!
Quero poder observar todas as minúcias,
Sem ter que pensar que aquilo é bobo ou idiota.
Porque as coisas aparentemente bobas
são exatamente as que fazem a nossa existência
mais vívida!
São os pequenos detalhes que fazem a diferença
Nas grandes histórias!
Quero os abraços mais apertados!
Quero o beijo mais demorado!
Quero apurar os ouvidos pra ouvir o tilintar da chuva
E também o som do silêncio!
E com o som do silêncio ouvir meu próprio som.
Que é o som da alma! O som que mal nos damos o trabalho de ouvir.
O som que fala de nós. É o som verdadeiro.
Que origina todos os outros sons que escutamos.
Quero alargar as narinas numa tentativa de abarcar um infinito de olores
De trazê-los para dentro de mim,
Para que façam parte da minha essência!
E que meu perfume seja a soma de todos os outros!

Quero toda a intensidade do mundo!