segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Transitoriedade

Descobri que sou transitória.
Efêmera. Passageira. Breve. Como tudo que se esvanece.
Às vezes sou como estátua de gelo. Derreto ao longo do tempo.
Queixo-me das impermanências, desejando que tudo seja infinito,
mas entendo das coisas que passam.
Ainda que passem, ficam em mim como um rio perene,
cujas águas nunca cessam, seguindo seu curso, sem ser interrompido,
sem sofrer efeitos da estiagem.
Vivo os paradoxos e eles me revitalizam.
Entendo o efêmero e o perene, porque [por que] se unem pela complementaridade.[?]
O que dura pouco se cristaliza pela intensidade e nada se perde.
O que dura pouco permanece.
O efêmero se pereniza.
E aí entendo que, por ser transitória, é que permaneço.
Minha brevidade me torna eterna.
Eterna em mim. E em cada alma que eu tocar.